Respeito
Tornou-se um senhor
Andava pela cidade
Com a sua vaidade
Um pouco á frente dele
Tropeçando
Em salamaleques
Mesurando
Pela esquerda
E pela direita
Não por respeito
Mas
Porque em todo o lado
Mesmo no impossível
Há sempre uma porta
Que se abre
Para assuntos improváveis
Com vista
Sobre horizontes
Irreveláveis
Onde somos todos
Simples convidados
Descartáveis
Por isso
Levava consigo
A espinha curvada
Pois a vida requer
Constante submissão.
© Fernando Kaskais